Da ideia inicial ao produto final, a originalidade vai minguando. Como evitar isso? Mudando como e com quem as pessoas trabalham nas várias etapas do processo
Opercurso da inovação pode ser longo e árduo da primeira ideia até a versão que vai ao mercado. Até em organizações que se orgulham da rapidez em iterar e experimentar, a maioria das ideias realmente inéditas emperra a certa altura do desenvolvimento ou vai perdendo a originalidade no caminho. Como evitar essa sina? O segredo é ajustar o jeito de colaborar para ir se adequando à ideia em todos os pontos da jornada da mente ao consumidor.
Essa jornada tem quatro etapas: geração da ideia em si; maior elaboração de testes ou protótipos para tirar a ideia do papel e conferir sua viabilidade; promoção interna para obter o patrocínio necessário e avançar rumo a um produto; implementação, o que significa finalizar planos e especificações, criar o produto e entregá-lo. Em meus quase 20 anos estudando criatividade e inovação, descobri que, à medida que uma ideia passa de uma etapa à outra, o tipo de trabalho exigido das pessoas vai mudando. Aqui veremos por que essas necessidades se transformam e o modo de os líderes de inovação ajudarem as pessoas a se ajustar – em vez de recorrer às conexões e aos padrões de comportamento de sempre.Se toda ideia nova avançasse em linha reta da concepção à conclusão, seria mais fácil ganhar tração. Mas a realidade é que uma ideia pode retroceder a etapas anteriores ou alternar distintas fases várias vezes, o que complica a jornada e retarda o progresso. Quando isso ocorre, o provável é que seja despojada de seu ineditismo para que uma versão mais ordinária enfrente menos resistência e avance. Ideias novas são inerentemente arriscadas. Como não têm precedentes fortes, fica difícil ter exemplos de sucesso como guias. Logo, pode ser difícil convencer stakeholders a investir nelas. Daí que ideias novas de alto potencial tendem a se transformar em ideias mais seguras e menos inspiradoras – assim fica mais fácil receber o sinal verde.